Onofre Ribeiro
Hoje se discute tanto sobre a leitura dentro do mundo dos jovens. De modo geral as pessoas adultas criticam os jovens por lerem pouco. Ou nem lerem nada.
De fato, se compararmos o jovem de 40 anos atrás e o de hoje, antes se lia infinitamente mais.
Mas é o caso de perguntar: lia o que? Lia romances, principalmente. Não havia tantas revistas.
Mas é o caso de perguntar: lia o que? Lia romances, principalmente. Não havia tantas revistas.
Não havia programação tão interessante na televisão como existe agora. Aliás, a televisão era profundamente sem graça.
Hoje o mundo das revistas é infinito. Tem revista pra tudo. Desde a “Veja” que é uma revista de informações políticas, até a “Playboy”, ou as revistas sobre automóveis, motos, música, Internet, jogos, etc.etc.etc.
Por outro lado, a Internet é outra fantástica arma da comunicação moderna e obriga à leitura de um mundo novo de informações. Sem contar o telefone celular que é um canal moderno de comunicação dos jovens. Quando falam entre si, estão usando informações do seu interesse adquiridas em algum lugar.
Bom, esse é o universo normal da maioria dos jovens brasileiros e mato-grossenses. Mas a grande questão que fica é o vazio de conceitos que hoje perturba os jovens.
A mídia sustenta o universo de informações do mesmo modo que o soro sustenta o doente. Segura a vida, mas não alimenta.
O doente precisa tomar o soro na cama ou imobilizado. A falta da leitura de conceitos e de razões mais profundas não vem da mídia. Vem do livro. Sem esse tipo de informação consistente, o jovem fica como o doente que toma soro.
Nisso está um grande problema da juventude moderna. Sem conhecimento dos processos científicos e das causas que movem todo o processo humano, acaba sendo manipulada pela mídia cotidiana. Como conseqüência acaba escravo de superficialidades como o consumismo, a busca incessante do prazer individual, e muito pouca percepção do futuro coletivo e pessoal. E o pior: não constrói compromissos com o seu futuro e nem o da sociedade onde vive.
Porém, a culpa não é só dos jovens. Lá atrás, uma escola envelhecida dita regras no velho estilo autoritário de 40 anos atrás.
No meio, os jovens vivem o grande dilema: ler, ou não.
Onofre Ribeiro é jornalista
Onofre Ribeiro é jornalista
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