9 de out. de 2011

CIRCUITO MATO GROSSO

 “Kyvaverá”
Autor: Ivens Cuiabano Scaff,
Ano: 2011
Editora: Entrelinhas

“Disque... tanto tempo já passou/ Índios, lontras ... já não há/ Disque....certeza ninguém dá/ A cidade existe, o rio persiste/Cidade e rio com o mesmo nome/ Fácil e gostoso de pronunciar/Cuiabá”. Os versos finais de “Kyvaverá”, poema de Ivens Cuiabano Scaff, transpiram paixão pela cidade natal deste médico e escritor.
Médico e escritor, Ivens Scaff é reconhecido como autor de livros infanto-juvenis (tem cinco publicados) e já teve poemas incluídos em duas coletâneas organizadas pela Entrelinhas.  Ivens não esconde o misto de nervosismo e a alegria com o novo trabalho.  

Ao longo de 160 páginas de “Kyvaverá” - nome usado pelos indígenas para identificar o rio que banha a antiga Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá -, Ivens desnuda sua paixão por Cuiabá – pela história da capital mato-grossense, por cada pedaço do bairro Porto, onde foi criado, pelos monumentos, árvores e a gente cuiabana, com seus hábitos e linguajar peculiares. Mas não se trata de uma obra saudosista, pois o autor sabe ser crítico, irônico, sagaz, sem jamais perder a levada poética.

Com um texto de apresentação de Marília Beatriz de Figueiredo Leite, mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e professora adjunta da UFMT, ilustrações de obras de arte de Jonas Barros e curadoria de Maria Teresa Carracedo, “Kyvaverá” apresenta apenas uma parte da poesia de Ivens Scaff. “Um dia, revendo meus rabiscos em papéis de todo tipo, últimas páginas de caderno, receituários, programas de congressos médicos e até guardanapos de bar, resolvi ‘salvar’ tudo em meio digital”, conta o autor, que se viu diante de mais de 500 poesias, nascidas “espontaneamente” ao longo do tempo, por mais de 40 anos.

 O livro é dividido em quatro partes: Kyvaverá, Os meses, Arredores e Árvres - escrito “do jeito que as crianças falam”, segundo o autor.  Para a editora ‘Kyvaverá’ nasce como um canto de amor e de dor a Cuiabá, com uma poesia que nos transpassa, emociona... e que acrescenta valor à literatura e à cultura mato-grossense e brasileira”.  Em seu texto sobre o livro, Ivens diz que gostaria que “estes versos fossem lidos da maneira como foram feitos, preitos de amor e devoção à nossa cidade, de um menino-verseiro do Porto”.  

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