30 de dez. de 2011

9 de out. de 2011

CIRCUITO MATO GROSSO

 “Kyvaverá”
Autor: Ivens Cuiabano Scaff,
Ano: 2011
Editora: Entrelinhas

“Disque... tanto tempo já passou/ Índios, lontras ... já não há/ Disque....certeza ninguém dá/ A cidade existe, o rio persiste/Cidade e rio com o mesmo nome/ Fácil e gostoso de pronunciar/Cuiabá”. Os versos finais de “Kyvaverá”, poema de Ivens Cuiabano Scaff, transpiram paixão pela cidade natal deste médico e escritor.
Médico e escritor, Ivens Scaff é reconhecido como autor de livros infanto-juvenis (tem cinco publicados) e já teve poemas incluídos em duas coletâneas organizadas pela Entrelinhas.  Ivens não esconde o misto de nervosismo e a alegria com o novo trabalho.  

Ao longo de 160 páginas de “Kyvaverá” - nome usado pelos indígenas para identificar o rio que banha a antiga Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá -, Ivens desnuda sua paixão por Cuiabá – pela história da capital mato-grossense, por cada pedaço do bairro Porto, onde foi criado, pelos monumentos, árvores e a gente cuiabana, com seus hábitos e linguajar peculiares. Mas não se trata de uma obra saudosista, pois o autor sabe ser crítico, irônico, sagaz, sem jamais perder a levada poética.

Com um texto de apresentação de Marília Beatriz de Figueiredo Leite, mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e professora adjunta da UFMT, ilustrações de obras de arte de Jonas Barros e curadoria de Maria Teresa Carracedo, “Kyvaverá” apresenta apenas uma parte da poesia de Ivens Scaff. “Um dia, revendo meus rabiscos em papéis de todo tipo, últimas páginas de caderno, receituários, programas de congressos médicos e até guardanapos de bar, resolvi ‘salvar’ tudo em meio digital”, conta o autor, que se viu diante de mais de 500 poesias, nascidas “espontaneamente” ao longo do tempo, por mais de 40 anos.

 O livro é dividido em quatro partes: Kyvaverá, Os meses, Arredores e Árvres - escrito “do jeito que as crianças falam”, segundo o autor.  Para a editora ‘Kyvaverá’ nasce como um canto de amor e de dor a Cuiabá, com uma poesia que nos transpassa, emociona... e que acrescenta valor à literatura e à cultura mato-grossense e brasileira”.  Em seu texto sobre o livro, Ivens diz que gostaria que “estes versos fossem lidos da maneira como foram feitos, preitos de amor e devoção à nossa cidade, de um menino-verseiro do Porto”.  

      O CORVO * (de Edgar Allan Poe)
    Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste, Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais, E já quase adormecia, ouvi o que parecia O som de algúem que batia levemente a meus umbrais. "Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
    É só isto, e nada mais."Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro, E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais. Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais - Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
    Mas sem nome aqui jamais!Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais! Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo, "É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais; Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
    É só isto, e nada mais".E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante, "Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais; Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo, Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais, Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
    Noite, noite e nada mais.A treva enorme fitando, fiquei perdido receando, Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais. Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita, E a única palavra dita foi um nome cheio de ais - Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
    Isso só e nada mais.Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo, Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais. "Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela. Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais." Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
    "É o vento, e nada mais."Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça, Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais. Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento, Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais, Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
    Foi, pousou, e nada mais.E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura Com o solene decoro de seus ares rituais. "Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado, Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais! Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
    Disse o corvo, "Nunca mais".Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro, Inda que pouco sentido tivessem palavras tais. Mas deve ser concedido que ninguém terá havido Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais, Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
    Com o nome "Nunca mais".Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto, Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais. Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento Perdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortais Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais".
    Disse o corvo, "Nunca mais".A alma súbito movida por frase tão bem cabida, "Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais, Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais, E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
    Era este "Nunca mais".Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura, Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais; E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira Que qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais, Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
    Com aquele "Nunca mais".Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo À ave que na minha alma cravava os olhos fatais, Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais, Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,
    Reclinar-se-á nunca mais!Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais. "Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais, O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
    Disse o corvo, "Nunca mais"."Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta! Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais, A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo, A esta casa de ância e medo, dize a esta alma a quem atrais Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
    Disse o corvo, "Nunca mais"."Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta! Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais. Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais, Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
    Disse o corvo, "Nunca mais"."Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte! Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais! Não deixes pena que ateste a mentira que disseste! Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais! Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
    Disse o corvo, "Nunca mais".E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais. Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha, E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
    Libertar-se-á... nunca mais!
    Fernando Pessoa

20 de fev. de 2011

BOA VIAGEM, SODRÉ. "O POETA DA TRANSMUTAÇÃO"

Faça-se o poema, de qualquer forma:


aberto,
fechado,
rasgado,
solto,
louco,
livre, rimado, trovado,
travado,
com letras miúdas, grandes, grávidas!
faça-se o poema:
marron, vermelho, branco, negro, roxo, verde,
escarlate ...
cor-de-chocolate,
com batom ou sem batom:
faça-se o poema!
faça-se o poema: é uma ordem da vida!
essa ordem que não tem compromisso
como o poema
que é feito sem compromisso,
pois ele já é em si um compromisso feito
como a vida, feito um poema ...
e o poema se faz
como se faz a dor
costurada, amordaçada, sangrando,
palpitando num delírio
que faz do poema
que faz da dor:
a força que move o mundo!


sonhostantostontossonhos

os sonhos sonhei-os todos
num sonhar desesperado
até me perder sonhando
imerso no meu passado
recordações ilusórias
quimeras imagens tolas
gravadas no inconsciente
"pra" no presente repô-las!
suscitou-me pesadelos
assanhando meus cabelos
oh! era melhor não vê-los
soaram em vão meus apelos!
mas tem sonhos tão gostosos
dá vontade de comê-los
suaves vôos de aves
caravanas de camelos
transportando em seus alforjes
doces, balas, caramelos!
flutuando ... flutuando ... flutuando
feito espuma colorida
que chego a pensar que a vida
é um sonho em movimento.

abismumano

um abismo me separa
dos meus próprios semelhantes ...
mas se tento chegar mais perto deles
sinto estar mais longe
do que estava antes!
é que entro cada vez mais
para dentro de mim mesmo
numa viagem, que se afasta da chegada,
pois vou pra lugar nenhum
numa lenta caminhada ...
... que me diminui
não sou, pois nunca fui...
... apenas me desfaço
como uma estátua que rui! ...

corparia porcorea

todo corpo é porco
todo porco é corpo
pouco porco
muito
porco
todo corpo é porco
todo porco é corpo
corparia
porcórea
porcaria
corpórea
porcoral mente
corporalmente
na cama
na lama ...
corpumano




18 de fev. de 2011

SÃO GONÇALO VELHO - Povoação Cuiabana Pioneira





Autor: Paulo Pitaluga Costa e Silva
Edição: 1ª 
Ano de publicação: 2010 
Gênero: História – Mato Grosso
Editora: Carlini & Caniato
 
A  obra

São Gonçalo Velho é a povoação urbana mais antiga de Mato Grosso e em especial da região do vale do rio Cuiabá, sendo que sua ocupação populacional nunca sofreu qualquer descontinuidade desde 1718. Sua memória histórica e social sempre foi relegada a um segundo plano na historiografia regional, vez que sempre se priorizou as pesquisas e os textos acerca de Cuiabá, as lavras do Sutil por excelência, em detrimento de seus primeiros arranchamentos.

O  autor

Paulo Pitaluga Costa e Silva é historiador, sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso e seu ex-Presidente. Autor de 24 livros já editados acerca da história regional mato-grossense e mais de 60 artigos publicados em revistas especializadas. Desde 1999, coordena a série Publicações Avulsas, do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, com 67 títulos publicados, abrangendo re-edições de obras, artigos raros e de difícil obtenção.

21 de jan. de 2011

Jornalismo Literário Para Iniciantes


Quando a palavra "jornalismo" vem à sua cabeça, acionada por algum motivo qualquer, provavelmente o conceito subjacente que chega à sua consciência é o do jornalismo noticioso. Trata-se uma forma preponderante de jornalismo, caracterizada, na maioria das vezes, por textos curtos, informações ligeiras, opiniões e - hoje em dia, particularmente nos jornais e nas revistas - colunas assinadas por diferentes autores, tratando de assuntos os mais diversos. Às vezes você também encontra reportagens, quase sempre curtas. Essa é na verdade apenas uma forma de jornalismo. Pois também existe uma segunda, menos presente na mídia contemporânea, tão importante e tradicional quanto a primeira. Trata-se de uma forma diferenciada de jornalismo, com propósito, visão de mundo e instrumentos de expressão da realidade bastante peculiares. É o jornalismo literário. Como o nome sugere, busca excelência na linguagem. O texto elaborado com qualidade é uma de suas marcas. Ascrescentam-se a isso outras características relevantes, tornando-se pelo conjunto de elementos que compõem sua natureza uma forma fascinante de jornalismo, para autores e para o público. Em jornais, em revistas, em livros-reportagem - e agora na internet - ocupa um lugar especial no cenário contemporâneo da comunicação de massa, no Brasil e no mundo. A tradição de mais de 100 anos de existência une-se a experimentos novos, muito atuais, demonstrando a contínua capacidade de o jornalismo literário adaptar-se a contextos culturais emergentes. Por isso, vislumbra-se um futuro provável em sintonia com novos tempos, mantendo-se o padrão de seu principal segredo: a força arquetípica, na nossa civilização, da arte de se contar histórias.


Publicado pelo inovador sistema editorial Clube de Autores - www.clubedeautores.com.br-, o livro é acessado por esse site ou diretamente pelo link http://www.clubedeautores.com.br/book/35300--Jornalismo_Literario_Para_Iniciantes - encomendado, impresso e enviado por Sedex, ou retirado em unidades selecionadas da AlphaGraphics - http://www.alphagraphics.com.br - em São Paulo e no Rio de Janeiro. Há várias formas de pagamento, inclusive parcelamento.

Edvaldo Pereira Lima

21 de nov. de 2010

19 de out. de 2010

LANÇAMENTO DO LIVRO MÁSCARAS DE LUIZA VOLPATO

Quando as máscaras caem...

No próximo dia 26, no Salão Social do Sesc Arsenal, em Cuiabá, a historiadora e psicóloga Luiza Volpato estará lançando o seu primeiro livro de ficção: Máscaras, pela Entrelinhas Editora, com apoio da lei de incentivo à cultura do Estado.
Mas, o que levou Luiza Volpato, depois de tantas publicações acadêmicas, a se aventurar pela literatura, escrevendo histórias de mulheres que nasceram de sua imaginação – talvez não completamente – mas que carregam tramas com alta dose de realismo? “ — De onde vem essas mulheres? Para onde vão? O que elas realmente querem? Será que as conhecemos? Acaso eu não serei uma delas?” podem pensar as leitoras deste livro instigante.
Os homens, não tenham dúvidas, também serão aprisionados pela trama, muitas vezes com a respiração embargada, na tentativa de compreender o que muitas vezes não pode ser compreendido. Podem aventurar-se como um voyer... A possibilidade de mergulhar nestes contos oferece ao olhar masculino algumas visões/sensações/angustias/dúvidas/desejos do universo feminino, onde nem tudo é tão simples, o raciocínio não é matemático e muito menos, objetivo. Um exercício perturbador para os que tem coragem.
“E a autora nos traz mais. Seu olhar de historiadora e cientista social está também presente. Cuiabá, a cidade e seu desenvolvimento urbano aparecem como o cenário vivo das histórias, e os momentos históricos contextualizam os personagens e seus caminhos, de maneira natural e envolvente,” conta a romancista Maria José Silveira, na apresentação do livro.
Aos apreciadores de boas histórias, fica o convite para “ver” algumas máscaras caírem, além do que se pode ver ao olhar com muita atenção – e demoradamente – frente ao espelho.

Máscaras, primeiro livro de ficção de Luiza Volpato

Maria José Silveira

As histórias deste livro falam de relacionamentos familiares. Só que o fulcro do que elas nos revelam está em sua parte feminina – a parte das esposas, mães, filhas, irmãs, madrastas. É na mulher dentro da trama intrincada das teias amorosas e familiares que a autora foca sua lente sensível, e reflete.
Suas personagens são contemporâneas (algumas jovens, a maioria já madura), profissionais, independentes, vivendo conflitos atuais, verdadeiros, e com uma grande capacidade de refletir sobre eles na procura de compreendê-los e, se possível, superá-los. São mulheres que, perdendo suas ilusões, ousam enfrentar a si próprias e se conhecer. Querem a verdade para se situar no mundo e, de alguma forma, recomeçar.
São personagens que nos conquistam pela veracidade do drama que vivem. São de carne e osso, sofrem – mas querem compreender porque estão sofrendo, e não simplesmente se render e se acomodar. Seus dramas são contemporâneos, nada infrequentes. Reais.
No lugar das ilusões de um mundo idealizado, a compreensão possível do mundo real e dos problemas que ele coloca.

Sobre a autora

LUIZA RIOS RICCI VOLPATO é mineira e mora em Cuiabá desde 1975. Licenciada em História pela FFCG-RJ, é mestre e doutora em História pela Universidade de São Paulo, USP e psicóloga pela Universidade de Cuiabá, com formação em Análise Bionergética pela Sociedade Brasileira de Análise Bionergética. Professora aposentada do Departamento de História da UFMT, também atuou como professora da Faculdade de Psicologia da Unic. Atualmente é psicóloga clínica. Publicou diversos artigos, textos, capítulos de coletâneas e os seguintes livros: Entradas e Bandeiras, pela Global Editores (1985), em 7ª edição; A conquista da terra no universo da pobreza: a formação da fronteira Oeste do Brasil, pelo INL-Hucitec, 1987 (esgotado); Cativos do sertão: vida cotidiana e escravidão em Cuiabá 1850-1888, pela editora Marco Zero/EdUFMT (1993), em 2ª edição. Máscaras é o seu primeiro livro de ficção, e está sendo lançado pela Entrelinhas Editora.

11 de out. de 2010

MÁSCARAS

REALIZO, LOGO SOU





Mino: “Existe uma sensação estranha e angustiante que nos acomete quando olhamos para nós mesmos e vemos – além das obviedades mundanas – um hiato monstruoso entre o ser e o ter”
Mino de Oliveira (minodeoliveira@sosaguaevida.org.br) é um ser humano bastante interessante. Depois de viver como um produtor cultural de bastante sucesso, ganhar muito dinheiro e viver com muito luxo, se sentia incompleto, infeliz. “Era a síndrome do vazio interior. Sinais disso eram os três maços de cigarros que fumava por dia e a necessidade de tomar lexotan para dormir. Então, eu decidi largar tudo e buscar outros caminhos. Depois de um duro processo de mudança de rotina, durante o qual cada minuto era uma nova incerteza e uma lição a mais, tornei-me um homem bem humorado, despreocupado com posses e com o julgamento alheio, e livre das amarras sociais impostas”, conta ele.
Depois disso, escreveu “Realizo, Logo Sou”, um livro onde ele convida o leitor a questionar seu modo de vida e a promover mudanças, mencionando como exemplo a sua própria experiência na busca da realização pessoal através da identificação de seus mais íntimos anseios e sentimentos. Mesmo que isso tenha levado a ele a abandonar as situações sociais e profissionais aparentemente confortáveis. “Quero instigar o leitor a avaliar seu grau de satisfação com a vida e a libertar-se de tudo o que o desvia da sua realização como ser humano. Quero questionar o modelo de existência que aprendemos desde o berço que, segundo o autor, nos leva a perseguir diuturnamente sexo, tempo e dinheiro; esquecendo as vocações mais íntimas e distanciando-nos da nossa realização pessoal”, diz.
Assim, Mino criou alguns termos ou filosofias que ele acha importantes:
• Normose – é o politicamente correto, aceito automaticamente, que ninguém questiona.
• Homo-bossalis – é o ser humano típico atual, que usou toda a sua inteligência para criar o caos em que vivemos hoje, com muita violência, fome, desigualdade e desequilíbrio ambiental.
• Síndrome do vazio interior – é a sensação de que ainda não se chegou à felicidade, por mais que se tenha dinheiro, status, conforto, etc. “Quase todo mundo sofre disso e não sabe”.
“Hoje, 98% da população do planeta trabalha fazendo o que não gosta, para sobreviver, e adquire sintomas de um denominado novo mal do século: a Síndrome do Vazio Interior, caracterizado por apatia, mau humor, desânimo, estresse, angústia, depressão, insegurança, agressividade, pânico, etc., que acomete o homem moderno, engajado nessa luta entre o ter e o ser”, finaliza.
Informações para Imprensa: Vanessa Oliveira : (11) 9392-7320
Mino de Oliveira: (11) 2862.0024 / 9420.2012

7 de out. de 2010

MÁSCARAS


LANÇAMENTO DO LIVRO DE MINHA AMIGA LUIZA VOLPATO.